Os blocos são e continuarão sendo os
principais personagens do carnaval de Angra
O carnaval deste ano foi atípico por motivos que nós já sabemos, sem a folia na Praia do Anil, a ausência da estrutura da passarela do samba, e não contou com a participação de 14 blocos dos 39 filiados a ABCAR – Associação Recreativa e Cultural dos Blocos Carnavalescos de Angra dos Reis. Porém, não podemos deixar de exaltar a força das 25 agremiações que desfilaram pelas ruas do Centro da cidade e nos bairros.
Sem sombra de dúvidas os blocos mostraram mais uma vez que são as grandes atrações do carnaval de Angra. Todos os dirigentes destas agremiações estão de parabéns. Mesmo com as dificuldades encontradas para se organizar e colocar um carnaval na rua frente à indefinição de se teria ou não carnaval na cidade, todos que se propuseram a levar alegria para Angra deram a sua contribuição. Cada um dentro de sua característica, disponibilidade, realidade e preferência.
A ABCAR é uma associação que nasceu há três anos e mescla manifestações culturais e carnavalescas distintas, reunindo blocos que gostam de fazer seus carnavais na linha do enredo, contando uma história, tendo sambas-enredos próprios, bateria, e têm outros que vão as ruas nos ritmos do axé e das tradicionais marchinhas de carnaval. Temos que respeitar a identidade de cada agremiação e fomentar ainda mais essa fusão de manifestações.
Tanto o bloco que se apresenta com samba-enredo, como os identificados com a música baiana e marchinhas têm os seus espaços garantidos. Tem folia para todos os gostos. E tem sido assim em Angra desde o final da década de 90, com o fim das escolas de samba, que sempre foram sucesso na cidade e que atraiam muitos turistas para município. O tempo delas terminou há mais de 10 anos, e nesse vácuo houve naturalmente o crescimento dos blocos de rua, paralelo a sua principal atração desde os tempos de escolas de samba, o Reizinho, ausência bastante sentida este ano.
Com o surgimento da ABCAR os blocos se tornaram ainda mais fortes, estão se organizando mais, se planejando, e a tendência mesmo com pouco tempo de associação é mostrar cada vez mais força na realização de suas apresentações nos carnavais da cidade. Falar da importância do advento da ABCAR é chover no molhado, todo mundo sabe disso, está claro, é inquestionável.
Enquanto presidente da associação e dirigente organizador do Bloco da Imprensa, que há 16 anos contribui consideravelmente com o sucesso do carnaval de rua de Angra, posso afirmar sem nenhuma dúvida que os blocos são os principais personagens da folia no município e devem ser respeitados pelo esforço que fazem, pelas suas tradições, e afinidade dentro de seus conceitos pelo que apresentam nas ruas. Com raras exceções, a maioria dos dirigentes que comandam os blocos tem experiência com o carnaval, conhece o tema, e sabe muito bem fazer a festa.
Afirmo isso, porque não me falta discernimento sobre o tema e nem tampouco conteúdo e experiência no meio. O meu conhecimento de carnaval vem desde os meus tempos de adolescente como componente e mais tarde como presidente de ala na Portela e em outras escolas do Rio. A minha experiência também vem dos tempos de locutor oficial das coberturas do carnaval angrense em uma rádio local, com programa de samba que reuniam todos os dirigentes e sambistas da cidade e mais tarde, como fundador de um dos principais blocos de Angra dos Reis: o da Imprensa. Tenho certeza que não cheguei presidência da ABCAR por um acaso. Foram anos de trabalho e de conhecimento na área. Nem todo mundo tem que pensar igual, mas a minha experiência neste ramo me faz ter a certeza de que acertamos muito mais do que erramos nesta trajetória.
Continuo defendendo e respeitando a identidade de cada bloco e suas preferências, principalmente porque ninguém é o dono da verdade, e ter como referencia o sucesso do carnaval das escolas de samba do Rio, não faz da vontade do dirigente de um bloco da cidade um mero copiador ou imitador da folia carioca. Como dirigente fundador do Bloco da Imprensa continuarei fazendo o que tenho feito na agremiação que a opinião pública considera a mais organizada, a mais planejada, a mais requintada, a que faz um carnaval bonito, empolgante e popular.
Somos um bloco identificado com a criação e desenvolvimento de enredos, com bateria, mestre-sala e porta-bandeira, intérpretes, músicos do cavaquinho, passista e comissão de frente. Não abriremos mão desta formatação da agremiação e continuaremos fazendo os carnavais da Imprensa nesta linha e com essa fórmula. Não queremos ser uma escola de samba, até porque esse tempo em Angra já passou. Somos um misto de bloco de embalo e de enredo, e essa fusão de manifestações tem se tornado clara em nossos desfiles nos últimos anos pelas ruas da cidade.
O Bloco da Imprensa não abrirá mão destas suas características construídas ao longo de 16 anos de história no carnaval de Angra, principalmente nos últimos oito anos. Os carnavais da Imprensa sempre foram inovadores, surpreendentes, aplaudidíssimos e autênticos na linha que se propôs. Estamos certos e convictos que temos optado pelo caminho de sermos uma agremiação que tem ajudado no crescimento do carnaval da cidade, e acreditamos fielmente pelo que temos construído podemos ser, sim, um exemplo ou uma fórmula de sucesso de organização de um bloco a ser seguido por muitos. E agora como pessoa jurídica, a tendência é de que o Bloco da Imprensa se torne ainda mais forte, e caminhe pela linha do profissionalismo, respeitando as suas tradições, porém, antenado a era do carnaval da espontaneidade, mas com responsabilidade.
Beto Carmona
Jornalista
Presidente da ABCAR
e organizador do Bloco da Imprensa
principais personagens do carnaval de Angra
O carnaval deste ano foi atípico por motivos que nós já sabemos, sem a folia na Praia do Anil, a ausência da estrutura da passarela do samba, e não contou com a participação de 14 blocos dos 39 filiados a ABCAR – Associação Recreativa e Cultural dos Blocos Carnavalescos de Angra dos Reis. Porém, não podemos deixar de exaltar a força das 25 agremiações que desfilaram pelas ruas do Centro da cidade e nos bairros.
Sem sombra de dúvidas os blocos mostraram mais uma vez que são as grandes atrações do carnaval de Angra. Todos os dirigentes destas agremiações estão de parabéns. Mesmo com as dificuldades encontradas para se organizar e colocar um carnaval na rua frente à indefinição de se teria ou não carnaval na cidade, todos que se propuseram a levar alegria para Angra deram a sua contribuição. Cada um dentro de sua característica, disponibilidade, realidade e preferência.
A ABCAR é uma associação que nasceu há três anos e mescla manifestações culturais e carnavalescas distintas, reunindo blocos que gostam de fazer seus carnavais na linha do enredo, contando uma história, tendo sambas-enredos próprios, bateria, e têm outros que vão as ruas nos ritmos do axé e das tradicionais marchinhas de carnaval. Temos que respeitar a identidade de cada agremiação e fomentar ainda mais essa fusão de manifestações.
Tanto o bloco que se apresenta com samba-enredo, como os identificados com a música baiana e marchinhas têm os seus espaços garantidos. Tem folia para todos os gostos. E tem sido assim em Angra desde o final da década de 90, com o fim das escolas de samba, que sempre foram sucesso na cidade e que atraiam muitos turistas para município. O tempo delas terminou há mais de 10 anos, e nesse vácuo houve naturalmente o crescimento dos blocos de rua, paralelo a sua principal atração desde os tempos de escolas de samba, o Reizinho, ausência bastante sentida este ano.
Com o surgimento da ABCAR os blocos se tornaram ainda mais fortes, estão se organizando mais, se planejando, e a tendência mesmo com pouco tempo de associação é mostrar cada vez mais força na realização de suas apresentações nos carnavais da cidade. Falar da importância do advento da ABCAR é chover no molhado, todo mundo sabe disso, está claro, é inquestionável.
Enquanto presidente da associação e dirigente organizador do Bloco da Imprensa, que há 16 anos contribui consideravelmente com o sucesso do carnaval de rua de Angra, posso afirmar sem nenhuma dúvida que os blocos são os principais personagens da folia no município e devem ser respeitados pelo esforço que fazem, pelas suas tradições, e afinidade dentro de seus conceitos pelo que apresentam nas ruas. Com raras exceções, a maioria dos dirigentes que comandam os blocos tem experiência com o carnaval, conhece o tema, e sabe muito bem fazer a festa.
Afirmo isso, porque não me falta discernimento sobre o tema e nem tampouco conteúdo e experiência no meio. O meu conhecimento de carnaval vem desde os meus tempos de adolescente como componente e mais tarde como presidente de ala na Portela e em outras escolas do Rio. A minha experiência também vem dos tempos de locutor oficial das coberturas do carnaval angrense em uma rádio local, com programa de samba que reuniam todos os dirigentes e sambistas da cidade e mais tarde, como fundador de um dos principais blocos de Angra dos Reis: o da Imprensa. Tenho certeza que não cheguei presidência da ABCAR por um acaso. Foram anos de trabalho e de conhecimento na área. Nem todo mundo tem que pensar igual, mas a minha experiência neste ramo me faz ter a certeza de que acertamos muito mais do que erramos nesta trajetória.
Continuo defendendo e respeitando a identidade de cada bloco e suas preferências, principalmente porque ninguém é o dono da verdade, e ter como referencia o sucesso do carnaval das escolas de samba do Rio, não faz da vontade do dirigente de um bloco da cidade um mero copiador ou imitador da folia carioca. Como dirigente fundador do Bloco da Imprensa continuarei fazendo o que tenho feito na agremiação que a opinião pública considera a mais organizada, a mais planejada, a mais requintada, a que faz um carnaval bonito, empolgante e popular.
Somos um bloco identificado com a criação e desenvolvimento de enredos, com bateria, mestre-sala e porta-bandeira, intérpretes, músicos do cavaquinho, passista e comissão de frente. Não abriremos mão desta formatação da agremiação e continuaremos fazendo os carnavais da Imprensa nesta linha e com essa fórmula. Não queremos ser uma escola de samba, até porque esse tempo em Angra já passou. Somos um misto de bloco de embalo e de enredo, e essa fusão de manifestações tem se tornado clara em nossos desfiles nos últimos anos pelas ruas da cidade.
O Bloco da Imprensa não abrirá mão destas suas características construídas ao longo de 16 anos de história no carnaval de Angra, principalmente nos últimos oito anos. Os carnavais da Imprensa sempre foram inovadores, surpreendentes, aplaudidíssimos e autênticos na linha que se propôs. Estamos certos e convictos que temos optado pelo caminho de sermos uma agremiação que tem ajudado no crescimento do carnaval da cidade, e acreditamos fielmente pelo que temos construído podemos ser, sim, um exemplo ou uma fórmula de sucesso de organização de um bloco a ser seguido por muitos. E agora como pessoa jurídica, a tendência é de que o Bloco da Imprensa se torne ainda mais forte, e caminhe pela linha do profissionalismo, respeitando as suas tradições, porém, antenado a era do carnaval da espontaneidade, mas com responsabilidade.
Beto Carmona
Jornalista
Presidente da ABCAR
e organizador do Bloco da Imprensa